Apple cede às pressões do governo local chinês

A Apple surpreendeu a todos, esta semana, nos fazendo refletir sobre as atitudes que marcas, até mesmo consolidadas no mercado, são capazes de tomar. Existe um lado que nós muitas vezes desconhecemos a respeito delas, no qual, infelizmente, não há espaço para a valorização e preocupação quanto aos clientes, como a questão da privacidade.

Segunda-feira (17), o The New York Times publicou uma reportagem informando que a Apple cedeu às pressões do governo local chinês, não oferecendo aos seus usuários, nesse país, os benefícios em privacidade, da mesma forma como realiza em outros lugares do mundo.

A reportagem aponta descobertas feitas a partir de entrevistas com funcionários e ex-funcionários da companhia, especialistas em segurança e dados de um processo aberto nas cortes dos Estados Unidos.

Segundo afirmação feita pelo diretor para a Ásia da Anistia Internacional, Nicholas Bequelin, ao The New York Times, “a Apple se tornou uma engrenagem na máquina de censura que apresenta uma versão da internet controlada pelo governo”.

As ações que envolvem a marca, incluem censura de aplicativos da App Store, o livre acesso do governo chinês aos e-mails, fotos, documentos, contatos e localização de milhões de residentes, operação de todas as máquinas dos servidores por funcionários do estado chinês e o abandono do uso local de tecnologias de criptografia, proibidas pelo governo.

Na China, os dados pessoais dos usuários são propriedades legais da Ghizhou-Cloud Big Data (GCBD) que conforme os termos do iCloud, é caracterizada como a provedora de serviços. Já a Apple consiste em uma “entidade adicional”, o que permite que os dados pessoais sejam requisitados de acordo com as leis locais.

As descobertas apontadas pela reportagem têm repercutido muito em meio às redes sociais. O fundador do Telegram, Pavel Durov, se pronunciou em seu canal, no app, criticando a Apple. Para ele, a pior parte do ecossistema da marca não são os “dispositivos mais pesados ou hardware desatualizado”, mas seus usuários que são “escravos digitais da Apple”.

Segundo Durov, os usuários fazem parte de um ecossistema fechado, no qual só possuem permissão para usar apps autorizados por ela, na App Store e o iCloud para fazer backup nativamente dos dados. Essa abordagem autoritária da Apple com seus usuários seria apreciada pelo Partido Comunista da China, afirma ele.

Assim como o fundador do Telegram, muitas pessoas estão pensando a respeito da falta de valorização, por parte da Apple, quanto à privacidade de seus usuários. Por que investir em práticas que, ao invés de beneficiá-los, apenas os prejudicam?

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